Possuímos hoje em dia uma população mundial enlutada pelas perdas que a pandemia provocou de diversas maneiras. O luto pode ocorrer pelas mortes físicas de entes queridos ou de forma simbólica, por perdas significativas, como a perda de renda ou de um negócio, o termino de um relacionamento amoroso, etc.
São cinco etapas do luto que podem variar de pessoa para pessoa, não necessariamente sendo na ardem apresentada abaixo, coloco aqui de forma resumida sobre cada uma delas. Lembrando que a terapia pode auxiliar muito nesse processo.
A Negação
A fase de negação pode iniciar antes da morte em si, como a notícia de uma doença terminal ou o de agravamento do quadro de saúde de uma pessoa hospitalizada. Nesse momento a pessoa se sente desorientado (a), nega a realidade da situação, isola-se das demais. Essa fase pode ser vista como uma forma de defesa, como uma espécie de reorganização psíquica para o momento, podendo durar horas, dias e até anos.
A Raiva
Nessa fase não se pode mais negar a situação, inicia-se um período de revolta, ressentimento, inconformismo, onde o enlutado se sente injustiçado (a) pela vida. São gerados questionamentos do falecimento e se poderia ter sido evitada a morte da pessoa, em simultâneo, existe uma tentativa de justificar o porquê aconteceu. Esta é uma fase difícil de liar e quando não é bem elaborada pode se tornar patológica.
Nessa fase o enlutado começa a compreender a perda, e se inicia uma espécie de negociação, na esperança inconsciente que ocorra alguma mudança em sua realidade. Geralmente nesse período as pessoas recorrem à religião, tentando acordos com o divino através de promessas, na espera de alguma graça ou milagre, na intenção de que as coisas voltem a ser como antes.
A Depressão
Nessa fase a pessoa vivencia uma profunda tristeza pela perda, poder acompanhado de maior introspecção e isolamento. Onde se faz mais reflexões sobre a falta do outro, são vários sentimentos que podem surgir nesse momento, como apatia, desânimo, desinteresse e saudades do falecido. Esta é uma fase difícil para o enlutado porque a concepção do falecimento se concretiza, não tem mais como negar a perda. A má elaboração pode se tornar patológica.
A Aceitação
Nessa fase o enlutado consegue aceitar as possibilidades e limitações diante da perda, e mesmo com dificuldades consegue reorganizar sua vida. É um momento desprovido de sentimentos, não pode ser considerado como um momento de felicidade pode ser descrito como uma fase de maior tranquilidade. Consegue ter uma compreensão melhor dos fatos e consegue ver a possibilidade de seguir em frete sem o falecido, o que não quer dizer que consiga apaga-lo de suas lembranças.
É preciso considerar que cada pessoa passa por esse processo de forma diferente e cada um tem seu tempo de compreensão, assim, as etapas do luto podem durar horas, dias e até mesmo anos, também não existe uma ordem certa para que as fases aconteçam, em alguns casos o enlutado fica estagnado em uma determinada fase.
O luto mal elaborado poder gerar patologias, que poderão afetar o enlutado de diversas maneiras. A função do psicólogo é identificar em qual estagio que o paciente se encontra, auxiliando e orientando para uma elaboração saudável e de maneira respeitosa. O paciente precisa vivenciar as fases por mais dolorosas que sejam não precisando passar por esse processo sozinho.